domingo, 1 de junho de 2014

Arte na Antiguidade

Por: Carla Camuso


Antiguidade é o período que se estende desde a invenção da escrita (de 3000 a. C) até a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C), lembrando que essa periodização está relacionada à história do cultura ocidental e oriente próximo (civilizações que se desenvolveram no mediterrâneo incluindo a África setentrional. Posteriormente veremos a Idade Antiga da América, também conhecida como época pré-colombiana.

Entre as produções mais significativas da Idade Antiga estão a dos povos egípcios, gregos e romanos que serão vistas no slide. 




Arte na Idade Antiga from Carla Camuso

Pois muito bem
É óbvio que todos que tiveram aula de história conhecem ou lembram da civilização egípcia, do Nilo, da teocracia faraônica, do Quéops – dono e habitante eterno da maior pirâmide de todos os tempos (146 m), do embalsamento feito nas múmias, do nome do faraó mais famoso para nós – Tutakamon (porque para o antigo egito ele era um ilustre faraó desconhecido, governando por apenas 9 anos)...

Por isso, vou resumir em apenas dois pontos: Por quê e Para quê a ARTE era produzida:

E imediatamente responder: Para fins funerários.  Acreditem!

Na crença egípcia a coisa mais importante era a ETERNIDADE alcançada após a morte carnal.  O KA (espirito) viveria eternamente. Logo, trataram de produzir tudo para essa vida pós-morte.

O que são as pirâmides? Túmulos de faraós.
Mastabas – Túmulos de sacerdotes e nobres
Hipogeus – Subterrâneos – túmulo do resto...rsrs

E a ARTE ???? DENTRO DE TUDO ISSO AÍ.

Lá estavam as pinturas, esculturas, e uma das coisas mais importantes, textos em HIERÓGLIFOS que explicavam como chegar a vida eterna nos famosos LIVROS DOS MORTOS. Foi isso que definiu o fim da pré história. O surgimento do texto escrito em códigos. Aqui começa a história da humanidade.
Os pesquisadores, apesar de ter muito material colhido nos túmulos, não tinham idéia do que significavam aqueles códigos. Foi por meio da pedra da Rosetta encontrada por soldados franceses que invadiam o egito no período napoleônico (1799) que finalmente conseguiram decifrar os hieróglifos. A pedra continha um decreto de Ptolomeu V, pouco importante, feito em 196 a.C. Mas havia o mesmo gravado em outras duas línguas ao lado e atrás da mesma pedra - (grego antigo e demótico) o que favoreceu ao decifrador Champollion solucionar o misterio.


LEI DA FRONTALIDADE


A Lei da Frontalidade, que perdurou por pelo menos 3 mil anos quase sem alteração, funda-se no princípio de valorizar o aspecto que mais caracteriza cada elemento do corpo humano. Os egípcios artistas, não usavam a criatividade, nem expressavam sentimentos, nem reproduziam a realidade. Apenas obedeciam REGRAS. Se algum aventurasse a fugir dessas regras, não servia mais como artista.
A Lei consistia basicamente em mostrar algumas partes do corpo humano em posições pré determinadas:
Desenhado de perfil, o rosto é mostrado ao máximo. De frente, se resume a uma forma oval. No rosto de perfil, o olho é representado de frente, por ser este seu aspecto mais característico e revelador. O tórax também apresenta-se de frente, e as pernas e os pés, são vistos de perfil.
Além destas, outras regras como a cor do Faraó tinha que ser o tom ocre avermelhado mais escuro que dos outros que compunham a imagem e a figura deveria ser sempre a maior. As posições também eram pré estabelecidas. Os deuses tinham formas antropozoomórficas de acordo com a sua caracterização, as cores tinham seus significados (que ainda mantemos muito deles…) e por aí vai. 

Antes de partir para o mundo grego, não poderia deixar de falar que além das pirâmides, mastabas e hipogeus, os egípcios desenvolveram templos com o sistema trilítico: Duas colunas de pedra que seguram outra pedra em cima e assim sucessivamente. Criaram colunas com capiteis decorados em forma de flor de lótus (lotiforme) papiro (papiriforme) e palma (palmiforme) que inspiraram posteriormente as famosas colunas gregas.
As esfinges (cabeça humana representando a sabedoria e corpo de leão a força) fazem parte da estatuária que complementam os túmulos e templos para proteção contra os maus espíritos assim como obeliscos com objetivo de materializar a luz solar e proteção

Sobre a pirâmide



OS GREGOS e seu incrível domínio intelectual...

Enquanto os egípcios veneravam faraós e deuses, obedeciam felizes da vida o que lhes era imposto, o povo grego venerou as suas próprias capacidades enquanto ser pensante... ANTROPOCENTRISMO – LIBERDADE – RAZÃO.
Apesar da crença mitológica, os deuses tinha características humanas e retratavam suas virtudes e fraquezas.

Do uso da razão surgiram as mais variadas contribuições para a humanidade nos mais diversos campos: filosofia, política, jurisdição, matemática, geometria, retórica, teatro, música, esporte, a tão falada DEMOCRACIA e CIDADANIA, foram alguns dos tantos conceitos desenvolvidos pelos gregos.
Não necessariamente eles criaram tudo isso, mas conseguiram de forma muito clara, sistematizar e apresentar a população didaticamente falando.

As composições artísticas receberam um choque de realismo, após tantos anos de regras sem preocupação com a representação fidedigna e sim com o valor simbólico.
Com isso, no campo das artes, será que é possível dizer que o grego passou a observar o mundo como ele realmente é ??????

Podemos dizer que os gregos conseguiram criar regras para a busca da perfeição. Mas o que é a perfeição? Em termos técnicos a proporção correta, o equilíbrio, a simetria...
O corpo humano, foi o exemplo mais perfeito de perfeição, com o perdão da repetição.
Os heróis na guerra, eram fortes, musculosos, simétricos – exemplos da perfeição para aquele objetivo. A criação do padrão de beleza masculina surge baseado nessa realidade. As guerras diminuíram, e esse homens? Criaram as competições esportivas para garantir a sua continuidade.
Assim, até os reis queriam ser representados perfeitos, sem rugas, sem carecas, sem flacidez... por isso as estátuas eram quase iguais e nada condizentes com a realidade. Esse foi o chamado período clássico (500 a 300 a.C), retomado mil e tantos anos depois pelo renascimento.

A proporção do corpo humano foi uma contribuição significante para o artista. Saber que tamanho fará o corpo baseado no tamanho da cabeça facilitou bastante a execução de esculturas pequenas, médias, grandes e gigantes e garantiram o melhor aproveitamento das pedras e bronze.
Dessa forma, surge mais um cânone(regra) só que dessa vez baseada em cálculos: A figura humana possui 7 cabeças e meia.

  
Sintetizando a arquitetura Grega

Uma das construções de maior destaque na Grécia foram os Templos destinado aos Deuses.
Obviamente não é um templo como conhecemos hoje em que pessoas se reúnem para orar. É como se fosse a moradia sagrada de um dos diversos Deuses do Panteão grego ao qual o templo era destinado.
Não havia espaço interno visto que a única coisa que sustentavam o teto eram as colunas, logo o Templo era constituído de colunas.
Essas colunas eram o diferencial em cada um, que denominou-se “ordens”.
Para um Deus masculino, forte, robusto,  a ordem era a DÓRICA , expressa por uma coluna simples, com caneluras profundas, sem base e encimada por um capitel simples.

Para Deusas, como Afrodite e Atenas, a ordem JÔNICA em que a coluna é mais fina e graciosa, tem coluna canelada e capitel com duas volutas. Por vezes uma florzinha ao meio.
A ordem CORÍNTIA, por sua vez, com colunas bem caneladas e capitel profusamente decorado com folhagens (usualmente folhas de acanto), simbollizavam as virtudes humanas como coragem e superação. Foi mais difundido no periodo helenístico, já no final da supremacia grega.


Sobre o teatro grego.



E ROMA DOMINOU O MUNDO...

Quem não já ouviu falar da política de “PÃO e CIRCO em Roma??? Coliseu, gladiadores, imperadores loucos, promíscuos e tudo o mais???
Pois esse foi o resultado do pontapé inicial de liberdade e endeusamento do próprio homem proposta pelos gregos inicialmente e absorvidas pelos romanos que trataram de adotar a filosofia hedonista... busca pelos prazeres.
Então, como vocês imaginam que tenha sido a sua produção artística?

O forte exército romano invadiu, saqueou, pilhou, transformou os homens que se defendiam das invasões em escravos, agora no sentido mais terrível da palavra visto que esses eram confinados ao trabalho até a morte. Eram alemães, belgas, irlandeses, espanhóis, oriente médio e adjacências do mediterrâneo foram sucumbidos ao seu poder.
E foram esses homens que, sob o comando dos engenheiros da época construíram a grandeza de Roma. Anfiteatros, templos, aquedutos (canais que distribuíam água para a cidade) termas(clubes de banhos termais) e basílicas(tribunais de justiça). 
Uma produção artística puramente utilitária.

Embora o objetivo da Arte romana fosse produzir algo que preponderasse o seu caráter utilitário, dois tipos de construções eram “inúteis”, ou melhor, serviam apenas para homenagear os feitos do imperador, que não deixa de ter uma certa utilidade para nós contemporâneos pois lá estavam cravados em alto relevo a história de Roma (como eles saquearam todo o ouro do oriente médio e grande parte da produção artística de outros povos, para transformá-las em prédios). Os ARCOS DE TRIUNFO e A COLUNA TRIUNFAL.

A maior contribuição deixada pelos romanos está no campo da arquitetura com a utilização dos ARCOS e ABÓBADAS, ganha-se espaço interno em todas as construções. 

Ahh…com relação a produção imagética, algumas pinturas e mosaicos foram encontrados nos interiores dos termas. Afinal, o terma era voltado para o lazer, para os encontros sociais e sexuais tb...

Termas 

Bom, se não criaram esculturas, eles copiaram bastante. Se não fossem as cópias feitas pelos romanos para decorar suas praças não conheceríamos tantas esculturas gregas que foram destruídas.


Até a próxima
Carla Camuso


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